quinta-feira, 12 de março de 2009

LÁ VEM A CULTURA DA BAIXADA FLUMINENSE DESCENDO A LADEIRA

Depois que o Zito decidiu despejar o Centro de Pesquisas Teatrais (CPT) do Teatro Municipal Armando Melo e o tradicional Forró na Feira da Praça Governador Roberto Silveira, a “turma das trevas” se assanhou e desandou a cometer violências contra a Cultura e suas inúmeras manifestações. Mazinho, um carcereiro que acabou se tornando presidente da Câmara de Caxias, resolveu ampliar o seu Gabinete e, para ganhar espaço, despejou a Sala de Leitura Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo.

Mas o vereador trapalhão não parou por aí. Enciumado que outros vereadores estão “trabalhando” mais do que ele, resolveu tomar uma atitude drástica: limitou a apenas cinco o número de projetos que cada parlamentar pode apresentar “por semana”. É que já tinha vereador de primeiro mandato com sintomas da LER (Lesão por Esforço Repetitivo), doença que acomete as articulações do pulso de secretárias e digitadoras. Com isso, quem não produz, agora pode justificar a ociosidade. Já os mais ousados, terão seu trabalho minimizado pelas diretrizes do “pacote do Mazinho”.

Mas um nosso município vizinho não quer ficar para trás e garante seu lugar na contramão da história. A Secretaria de Cultura de São João de Meriti, ex-distrito de Duque de Caxias, despejou o Museu de Arqueologia da Baixada e, agora, nos últimos dias, por ordem do prefeito Sandro Matos, promoveu o despejo de um órgão de grande importância e relevância para a Baixada Fluminense há mais de 10 anos, o IPAHB. Ativistas culturais e observadores políticos da região acreditam que isso significa a instituição, não silenciosa do jeito que desejavam que fosse, de uma ditadura contra o “pensar” promovida pelos atuais “donos” do poder.

Um desses internautas preocupados com esses atos de violência contra as instituições culturais, alertou para o pior que pode estar por vir, ou seja, atitudes insanas como as disseminadas por Adolf Hitler, como a queima de livros e documentos e, depois, a perseguição a intelectuais, militantes culturais e artistas.

Fica o alerta.

Um comentário:

  1. Epidemia de covardia
    Assistindo a tanta passividade da população em relação as mazelas e desmandos das autoridades políticas, da polícia, do judiciário, assistindo a essa inércia a esse conformismo essa acomodação essa ignorância proposital, assistindo a esse “não estou nem aí”, vendo que não há reação por parte da sociedade diante de tanta roubalheira e estórias muito mal contadas, só posso crer que o que está acontecendo depois de examinar o atual quadro, depois de observar atentamente os sintomas, vejo claramente que o diagnóstico aponta para uma epidemia de covardia. Falta coragem no povo, no cidadão. A coragem não é apenas uma das virtudes, mas a forma de cada virtude no momento decisivo. A maioria dos cidadãos não se interessa por nada. Literalmente se acovardaram. Você se torna corajoso através da prática de atos corajosos. Coragem é um hábito. Parece que o brasileiro de um modo em geral perdeu o hábito de reagir. Perdeu a prática de agir corajosamente inclusive para defender os seus próprios direitos. Coragem é a mais importante de todas as virtudes, porque sem ela nós não podemos praticar nenhuma outra virtude com consistência. A coragem é como o amor. Precisa nutrir-se de esperança. E pelo visto a maioria dos brasileiros já perdeu todas as esperanças. Não podemos deixar nos abater por essas adversidades. Não é porque as coisas são difíceis que não as desafiamos; é por não sermos corajosos que elas são difíceis. Coragem é o preço que a vida cobra para garantir a paz. Coragem é, com igual freqüência, o resultado do desespero ou da esperança. No primeiro caso, não temos nada a perder; no segundo, tudo a ganhar. Enfrentar - sempre enfrentar - esta é a maneira de alcançar o objetivo.
    (Huayrãn Ribeiro)

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