quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

De volta a idade das trevas...

Uma nuvem densa e escura baixou estranhamente sobre a cidade de Duque de Caxias no mês passado. O dia imediatamente virou noite, pois todas as luzes da cidade apagaram-se frente ao  tenebroso evento. Os olhos do povo se ergueram, paralizados, observando a imensa massa disforme que tomava o ar e vislumbraram, envolta na névoa, uma figura bizarra, parecida com o chinês gigante, mas era um monstro. Um quasímodo. Uma besta que impregnou o ar com sua respiração barulhenta e mal cheirosa. Uns rezaram, outros acreditaram estar diante do apocalípse e correram convictos de que não haveria reza suficiente para expulsar satã do coração da fera. Alguns poucos ficaram felizes, pois advinharam o retorno do mefistófoles. Estes porém, coitados, nem tiveram tempo para comemorar, pois foram massacrados com uma pezada certeira da besta( seria um castigo divino ? ). 
Um cambono, postado no ombro do cramulhão, exclamou estupefato:

- Mestre, esse votou em nós.
- Em você não, burro. Em mim.,você é só vice. Mas e daí? Não preciso mais de votos. Respondeu o quasímodo. 

Então o monstro desceu retumbante de sua nuvem e assumiu o controle da segunda maior cidade do Estado. As flores choraram. Os passáros pararam de cantar. Até o próprio vento recusou-se a soprar.   
Ao contrário da canção de Chico, o monstro sem alma não queria uma Geni apenas, pois já possuia a alma de várias. Ele queria a cidade toda.

Um a um todos os seus eleitores, aterrorizados, se ajoelharam e pediram perdão aos Deuses pelo mal que fizeram a cidade. Mas já era tarde demais. Mefístofoles ja estava entre nós, disposto a semear o mal escravizando o povo, destruindo a cultura, perseguindo empresários corretos, nomeando boçais para cargos importantes, enfim, a cidade ja estava condenada ao limbo. Daquele momento em diante toda a população iria experimentar um período de trevas colossais. Algo parecido com a era anterior à idade da pedra, quando animais terríveis vagavam pelo solo terrestre impondo seu poder pela força.
Pobre Duque de Caxias... Pobre povo caxiense...
Se algum caxiense sobreviver, apague a luz, por favor.

Um comentário:

  1. parabens pelo texto, nada nesse momento conseguiria expressar tão bem o que aconteceu em Caxias, merece um prêmio literário.

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