quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Jornalistas de Caxias repudiam arbitrariedade de assessora de Sérgio Cabral em Duque de Caxias

■ Publicamos a nota oficial da ACIEF-Associação Caxiense de Imprensa Escrita e Falada, distribuída na tarde de ontem, dia 2 de dezembro, denunciando a expulsão do fotógrafo George Fant, da Prefeitura de Duque de Caxias, que cobria uma solenidade oficial no Centro Cultural. A responsável em proibir o profissional de trabalhar partiu da assessora pessoal do governador Sérgio Cabral, Ana Paula (foto), que requisitou a intervenção de seguranças do governador para que o fotógrafo fosse retirado do local.

O fato foi também denunciado a várias entidadedes representativas dos jornalistas e repórteres fotográficos e também foi repudiado pelo presidente da Associçação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo.

A nota da ACIEF é a seguinte:

"A ACIEF-Associação Caxiense de Imprensa Escrita e Falada, vem a público para repudiar o comportamento arbitrário, grosseiro e ditatorial da assessora do Sr. Governador Sérgio Cabral, conhecida como Ana Paula, que decidiu expulsar o repórter fotográfico George Fant, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Duque de Caxias, que trabalhava cobrindo a solenidade da qual participaram o Governador, o Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia Alexandre Cardoso e prefeitos das cidades da Baixada Fluminense, de inauguração do projeto Baixada Digital, realizada na parte externa do Centro Cultural Oscar Niemeyer, de Duque de Caxias, na manhã de hoje (dia 2 de novembro).

Para tentar justificar seu injustificável ato, a assessora disse que, além do fotógrafo de sua equipe - Carlos Magno - ninguém mais poderia ficar no local para fazer imagens do Governador, o que causou a indignação dos profissionais de imprensa da cidade que acompanhavam a solenidade. O Assessor de Imprensa da Prefeitura, Antonio Pfister, ao tomar conhecimento do acontecido, procurou a assessora, a quem manifestou seu protesto e pedido para que episódios dessa natureza não se repetissem em solenidade oficiais realizadas na cidade com a presença de autoridades estaduais.

Esta não foi a primeira vez que arbitrariedades como essa aconteceram em Duque de Caxias envolvendo a assessoria do Senhor Governador. No dia 30 de março último, durante a cerimônia de lançamento do projeto do Museu da Ciência e Vida, no bairro 25 de Agosto, envolvendo também a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, os profissionais dos órgãos de comunicação do município tiveram sua entrada barrada no recinto onde se realizava a solenidade. Além dos jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, também não puderam entrar alguns vereadores e até mesmo o vice-prefeito Jorge Amorelli. O fato só foi contornado meia hora depois, quando os profissionais, em protesto, ameaçaram retirarem-se do local.

Com a repercussão do episódio, a assessoria do Governador garantiu à ACIEF, através de telefonema ao seu presidente, Carlos de Sá Bezerra, que isso não se repetiria, o que, lamentavelmente, ocorreu novamente na manhã de hoje. O que deixa os profissionais da imprensa de Duque de Caixas perplexos é que o atual Governador é jornalista de profissão, filho de um dos mais combativos jornalistas do Rio de Janeiro e membro aposentado do Tribunal de Contas da cidade do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral..Impedir o ingresso de jornalistas em cerimônias públicas é romper os limites da legalidade e da ordem. Mesmo acontecendo mais uma vez, queremos crer que os fatos registrados em Duque de Caxias não façam parte de um projeto orquestrado de liquidação das liberdades públicas inscritas na nossa Constituição Cidadã, que tanto sangue e suor custaram aos brasileiros para se concretizar.

Duque de Caxias, 02 de dezembro de 2009
Carlos Bezerra, Presidente"

Um comentário:

  1. Comunicação ou operação policial?

    A coordenadora de imprensa do gabinete do governador, Valéria Blanc, usa jargão policial para tentar explicar a expulsão do jornalista: "é procedimento padrão".

    O que é procedimento padrão em uma solenidade pública, para o qual os órgãos de comunicação são convocados e, portanto, têm livre acesso jornalistas, repórteres fotográficos e cinegrafistas destacados por seus órgãos para a cobertura do evento?

    Com toda a razão, o jornalista Maurício Azedo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), repudiou a arbitrariedade junto ao gabinete do governador e se solidarizou com o presidente da Associaão Caxiense de Imprensa Escrita e Falada (ACIEF) e todos os profissionais de imprensa da Baixada Fluminense.

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