sábado, 27 de junho de 2009

Surto de raiva animal em Duque de Caxias

A localidade de Xerém, quarto distrito de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, está sendo alvo de um surto de raiva animal, o que vem provocando sérios prejuízos aos sitiantes da região.

Até agora cerca de 20 animais foram vítimas fatais da doença transmitida pela mordida do morcego hematófago. Já há, inclusive, o temor de que o surto se alastre e contamine animais de regiões vizinhas, se transformando em uma epidemia.

O veterinário que vem prestando assistência aos sitiantes – que prefere não ter seu nome publicado- tem tentado, sem sucesso, obter algum apoio do Departamento de zoonoses da Secretaria de agricultura do município e até mesmo do Ministério da agricultura, pois para que o surto não se espalhe seria necessária a vacinação de todos os animais da região.

Os sitiantes estão se mobilizando para obter apoio público devido ao custo altíssimo das vacinas e também contam com a ação dos órgãos públicos no sentido de que sejam feitos, nos animais mortos até agora, os exames necessários para atestar a grau de periculosidade da doença.

Normalmente, em casos desse tipo, as cabeças dos animais são enviadas a instituições competentes para a análise técnica da causa da morte. O que até agora não vem ocorrendo em Xerém.

Outra preocupação dos sitiantes é o crescimento descontrolado da população de morcegos hematófagos, principais responsáveis pela disseminação da raiva animal

sábado, 13 de junho de 2009

Caxias em chamas – uma tragédia fictícia

O Primeiro meteoro era do tamanho de uma bola de sinuca e destruiu a Catedral de Santo Antônio, no centro da cidade. Quem viu de perto disse que o bólido entrou na altura do peito do Jesus Cristo que adornava o alto da igreja e imediatamente o prédio explodiu. Velhinhas rezaram, crianças choraram, ateus convictos se ajoelharam e pediam clemência a Deus, mas não teve jeito. Foi uma tragédia.

Poderia ter escapado muito mais gente, não fosse a mania besta que as pessoas têm de ficar tentando ver o que está acontecendo ao invés de correr. Alguns foram atingidos por pedaços de parede que voaram para todos os lados, outros, lambidos pelo fogo, e outros ainda foram atropelados pelos carros que levantaram vôo com o impacto e cruzavam o ar rodopiando e arrastando o que havia pela frente. Milagrosamente, no entanto, ninguém morreu. No máximo ficaram meio escangalhados.

O segundo meteoro era maior, calcula-se que do tamanho de uma bola de basquete, e dizimou de uma tacada só a Câmara de Vereadores com todos os edis dentro. Esses , sim. Dançaram todos.

Parece que na hora estava acontecendo os preparativos de uma seção solene, adiada bruscamente pelo pedregulho, para comemorar o aniversário da filha do Prefeito, que agora teria que esperar a posse dos 21 suplentes, assim que arrumarem outro prédio para depositá-los, para poder receber do mimo.

O terceiro era grande paca e caiu no meio da praça, derrubando o edifício Profissional, o antigo prédio do fórum, onde estava sendo construído o Museu de Coisa Nenhuma, e a ex-sede da Prefeitura. O Mira Serra, um dos mais tradicionais bares da cidade, escapou quase inteiro, mas o chope ficou quente pra dedéu.

Não houve vítimas humanas nessa terceira pedrada. No edifício Profissional só havia um grupo de argentinos, na ex sede da Prefeitura, só americanos fazendo negócios, e no Museu de Coisa Nenhuma só alguns poucos advogados que não sabiam ainda da mudança de endereço do Fórum. Um dos causídicos, inclusive, perdeu à bunda. Por um fenômeno daqueles que só Deus explica, o raio de fogo raspou as nádegas do sujeito levando-lhe apenas as protuberâncias, o que lhe valeu, posteriormente o apelido de meia bunda.

Quando o todo poderoso se preparava para tacar o quarto pedregulho sobre a segunda maior cidade do Rio de Janeiro alguma coisa chamou sua atenção na Africa e ele largou o trabalho pelo meio.

Ao contrário do que se imaginava o Prefeito ficou mais feliz do que pinto no lixo. Agora poderia pedir infinitas verbas, à fundo perdido, ao Governo Federal para “consertar” o estrago. Mas logo que chegou a cidade o Governador jogou um balde de água fria nas intenções do Prefeito:

- Pode ir tirando o cavalinho da chuva. Grana federal só quem pode pedir sou eu. Contente-se com 20% e olhe lá...

Conformado, o alcaide convocou uma reunião de emergência com as autoridades presentes para o seu clube, em um Bairro próximo ao centro, e mandou que um assessor providenciasse coisas para comer, beber, fuma e cheirar, além de algumas meninas interessantes, pois ainda tinha a esperança de arrancar um cascalhinho a mais do Governador. Para tanto precisava agradá-lo.

Assim que saíram entrou em cena a guarda municipal e a PM com a tarefa de fazer valer o choque de ordem. Multaram carros explodidos, capotados e com a pintura queimada, os proprietários dos prédios por deixar entulhos em locais públicos e até o dono do Mira Serra por estocar bebida fora das condições ideais de consumo. Tudo como manda a lei e a ordem.

No clube do Prefeito, as autoridades chegaram à conclusão que os estragos eram muito poucos para justificar o volume de dinheiro pretendido. Para sensibilizar o Presidente da República seria necessário bem mais que três meteorozinhos de meia tigela. Ali mesmo montaram comissão composta por “assessores” da mais absoluta confiança de ambos os governantes com a tarefa de ampliar os estragos.

Aproveitando que a população ainda estava meio atordoada com os eventos, a equipe saiu em campo e explodiu a refinaria da Petrobrás, o pólo petroquímico instalado recentemente na região e espalhou várias bombas no Centro de Treinamento do Fluminense, famoso clube da capital que possuía instalações na cidade. Paralelamente, também usando bombas, arrebentaram as represas de Xerém e Mantiqueira, responsáveis por quase 20 % do abastecimento da cidade. Só pra garantir, a comissão resolveu também abrir crateras imensas na Rodovia Washington Luiz, inviabilizando completamente o tráfego.

Ao término dos trabalhos um relatório minucioso das ações foi entregue tanto ao Prefeito quanto ao Governador que, munidos de lápis, papel e calculadoras, fizeram um levantamento, por alto, de quanto valeria em dinheiro aquela destruição toda e consideraram a soma projetada uma quantia razoável.

Felizes, os governantes resolveram comemorar a noite inteira e mandaram buscar mais comida, bebida, mulheres e outras coisinhas mais. Nada como uma boa tragédia para revigorar o ãnimo de alguns governantes, né?